Cerca de um em cada três brasileiros vive com obesidade, e a propensão é que esse percentual aumente nos próximos anos. Além do mais, entre 40% e 50% dos adultos no país não praticam atividade física com a frequência e intensidade que se recomenda. Os dados são do Atlas Mundial da Obesidade 2025, propagado nesta segunda-feira (3) pela Federação Mundial da Obesidade (WOF).

Publicidade

A obesidade e o sobrepeso trazem riscos à saúde e estão ligados a doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e Acidente Vascular Cerebral (AVC). O relatório global diz que, no Brasil, 68% das pessoas tem excesso de peso – 31% com obesidade e 37% com sobrepeso. As projeções apontam que, até 2030, o número de homens com obesidade pode crescer 33,4%, enquanto entre as mulheres pode chegar a 46,2%.

Sobrepeso e obesidade no Brasil

Obesidade como questão de saúde pública

Especialistas alertam que a obesidade deve ser tratada como uma questão de saúde pública e não como uma situação de responsabilidade de cada indivíduo. O endocrinologista Marcio Mancini, por exemplo, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), reforça que é necessário ir além de recomendações individuais.

“Não dá para culpar o indivíduo e dizer que ele precisa comer melhor e se exercitar. Alguém que sai de casa às 5h e retorna às 21h, ando horas no transporte público, dificilmente terá tempo e condições para isso. É um problema de saúde pública e deve ser tratado como tal”, explica Mancini, à Agência Brasil.

Publicidade

Entre as medidas sugeridas, estão: avisos mais claros em produtos de consumo quando este possui altos teores de açúcar, gordura e sódio, por exemplo, além da diminuição de preço das comidas saudáveis. Marcio Mancini também defende a necessidade de campanhas educativas permanentes, especialmente nas escolas, para reforçar hábitos alimentares saudáveis.

“Falar de alimentação saudável um dia por ano nas escolas não resolve. Ninguém muda a alimentação com uma única palestra. São necessárias ações contínuas”, acrescenta.

Além da alimentação, Mancini destaca que até medidas de segurança pública e urbanismo podem influenciar a obesidade, sugestionando hábitos da população. “Se tivéssemos parques em todas as regiões, calçadas adequadas e um transporte público eficiente, mais pessoas poderiam se deslocar a pé e ter uma rotina mais ativa”, argumenta.

Campanha e conscientização 

Para combater essa situação, a campanha Mudar o Mundo Pela Saúde incita governos e organizações de saúde a promover modificações estruturais. O Dia Mundial da Obesidade, celebrado nesta terça-feira (4), reforça a necessidade de ações concretas para prevenir e tratar a obesidade.

Publicidade

No Brasil, a Abeso, em parceria com a SBEM, lança o e-book gratuito “Mudar o Mundo Pela Nossa Saúde”, propondo políticas públicas, iniciativas privadas e estratégias para consolidação dos sistemas que previnem e tratam da obesidade.

Anúncio Publicitário

Deixe um comentário

Deixe a sua opinião