O livro “Saúde na Fronteira Brasil-Paraguai: Territorialidades e Intersetorialidades nas Estratégias de Cuidado e Educação em Saúde”, organizado pela professora e pesquisadora Luciane Pinho de Almeida, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), explora as práticas de cuidado e educação em saúde na região de fronteira, especialmente no município de Porto Murtinho, no estado de Mato Grosso do Sul. A obra é resultado da pesquisa “Rede Intersetorial de Políticas Públicas: Saúde, Saberes e Diversidades no Município Fronteiriço de Porto Murtinho/MS”, que recebeu apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) por meio da Chamada nº 08/2020 – PPSUS.
Nos últimos anos, a região de Porto Murtinho tem ganhado destaque devido à construção do Corredor Rodoviário Bioceânico, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, além da construção da ponte binacional que ligará o município à cidade paraguaia de Carmelo Peralta. Essa infraestrutura está transformando a vida dos moradores locais e das comunidades fronteiriças, mas também traz desafios significativos para o sistema de saúde e as políticas públicas da região.
A professora Luciane Pinho de Almeida, ao apresentar o livro, destaca sua importância para a Epidemiologia na fronteira Brasil-Paraguai. Ela aponta que, ao discutir questões como saúde pública, saúde mental, saúde da mulher, saúde dos trabalhadores e o diálogo com saberes e comunidades tradicionais, a pesquisa oferece uma reflexão crítica sobre os impactos das mudanças estruturais na região, como a construção da ponte. Tais mudanças já estão afetando a vida da população, e o livro visa apresentar soluções e estratégias para enfrentar esses desafios.
A pesquisa envolveu 12 pesquisadores de quatro Instituições de Ensino Superior: UCDB, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). O estudo foi conduzido de maneira participativa e qualitativa, com a colaboração de trabalhadores que atuam nas políticas de saúde, educação e assistência social, o que o torna uma pesquisa diferenciada em relação aos modelos tradicionais.
Entre os principais temas abordados na publicação estão as questões relacionadas à saúde pública, saúde mental, a saúde da mulher e dos trabalhadores, além da integração dos saberes tradicionais e comunitários. A obra também discute como a construção de políticas públicas intersetoriais pode ser uma estratégia importante para melhorar a saúde e o bem-estar da população fronteiriça.
A pesquisadora destaca que a publicação é uma contribuição relevante para gestores públicos, especialmente os envolvidos com a construção de políticas públicas transfronteiriças. Porto Murtinho, com suas particularidades, pode se tornar um modelo para outros municípios fronteiriços, ao ampliar a articulação de políticas públicas e educação em saúde, além de contribuir para a efetivação de políticas públicas intersetoriais na região.
Fonte: Assessoria