O Rio Paraguai atingiu seu nível mais baixo desde o início dos registros, há 124 anos. Neste domingo (13), a estação de referência em Ladário, a 425 quilômetros de Campo Grande, registrou impressionantes -62 cm. A estiagem severa e a redução do nível das águas não impactam apenas o Brasil, mas também geram consequências significativas no Paraguai, onde empresas e o governo estão se mobilizando para mitigar os efeitos dessa crise hídrica.
Na região oeste do Paraguai, especialmente em Villeta, a empresa de Topografia e Engenharia Rodoviária (T&C) realizou uma intervenção de dragagem essencial. Devido ao entupimento do canal no quilômetro 1.587, conhecido como Buen Muerto, a profundidade havia sido severamente limitada. Com a dragagem, a navegabilidade foi restabelecida, alcançando uma profundidade de 2,5 metros.
Embora recentes chuvas tenham proporcionado uma leve melhoria de 8 centímetros no nível da água, estabilizando a situação em menos 1,85 metros na zona de Assunção, isso trouxe apenas um alívio temporário à crise. A situação crítica demanda ações urgentes, pois a navegabilidade do Rio Paraguai é vital para o transporte de mercadorias e para a economia da região.
A crise hídrica também traz uma série de consequências adversas. A redução do nível da água compromete a pesca, uma atividade fundamental para muitas comunidades ribeirinhas, e prejudica a irrigação agrícola, afetando a produção de alimentos. Além disso, a diminuição da navegabilidade do rio pode impactar o comércio regional, uma vez que a hidrovia é uma das principais rotas de transporte na América do Sul.
A nota da empresa enfatiza que a intervenção é crucial para manter esta importante hidrovia operacional, ressaltando a necessidade de uma infraestrutura robusta e de uma gestão coordenada entre autoridades e empresas privadas. Se a crise hídrica persistir, a situação poderá se agravar, exigindo soluções de longo prazo para garantir a sustentabilidade hídrica da região.