O Paraguai vive nesta semana um momento especial de celebração cívica e orgulho nacional. Nos dias 14 e 15 de maio, o país comemora os 214 anos de sua independência, com uma programação que mescla patriotismo, história e homenagem às mulheres. Em Ciudad del Este, cidade estratégica da Tríplice Fronteira, as ruas ganham cor e movimento com desfiles, atos protocolares e manifestações culturais.

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O tradicional desfile cívico-militar na Avenida Bernardino Caballero, que acontece na manhã desta terça-feira (14), reúne cerca de 15 mil estudantes, representantes das forças armadas, pioneiros da cidade e ex-funcionários da usina de Itaipu. A cerimônia começou às 7h com a presença de autoridades locais e regionais.

Além da capital do Alto Paraná, municípios vizinhos como Hernandarias, Presidente Franco e Minga Guazú também celebram com desfiles e eventos que reforçam o sentimento de pertencimento nacional.

Dois dias de independência e uma história sem sangue

Ao contrário de muitos países da América Latina, o Paraguai conquistou sua independência de forma pacífica. O movimento começou na noite de 14 de maio de 1811 e culminou na madrugada do dia 15, com a renúncia do governador espanhol sem que um único tiro fosse disparado. Cerca de 80 soldados paraguaios e seis canhões foram suficientes para garantir o novo rumo da nação.

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Esse episódio único marca a escolha de dois dias para a celebração nacional: 14 de maio, o dia da ação política, e 15 de maio, o dia da rendição pacífica, que também coincide com o Dia das Mães no Paraguai. A data é uma homenagem à coragem das mulheres que resistiram e contribuíram em momentos cruciais da história paraguaia, como na devastadora Guerra do Paraguai (1864–1870).

De guerras a crescimento econômico

Embora tenha iniciado sua história republicana com autonomia precoce e constituição própria ainda em 1811, o Paraguai enfrentou conflitos intensos, como a já citada Guerra do Paraguai e a Guerra do Chaco, contra a Bolívia. O século XX também foi marcado por golpes e ditaduras, como o regime de Alfredo Stroessner, que durou 35 anos.

Mas o país conseguiu se reinventar. Nos últimos anos, tem apresentado crescimento econômico consistente, com média acima de 5% ao ano desde 2010, atraindo empresas e investidores. A baixa carga tributária, somada à energia elétrica abundante e barata — graças à Itaipu — transformou o país num ambiente competitivo para negócios na América do Sul.

Identidade e soberania celebradas

Mais do que uma comemoração cívica, o feriado de 14 e 15 de maio representa uma reafirmação da identidade nacional paraguaia, forjada entre batalhas, reconstruções e uma cultura de resistência.

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As cores da bandeira — vermelho, branco e azul — carregam significados profundos: justiça, paz e liberdade. E, nas ruas de Ciudad del Este e de todo o país, essas cores ganham vida em bandeiras, uniformes escolares e nos rostos pintados de crianças que desfilam com orgulho.

Na Tríplice Fronteira, onde as culturas se misturam diariamente, o feriado também é um lembrete do papel estratégico e simbólico do Paraguai na construção da identidade regional.

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