Compartilhar uma fronteira tríplice não é exclusividade de Argentina, Brasil e Paraguai: na América Latina, há quinze pontos de contato terrestre envolvendo três países.

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Algumas dessas ocorrências têm um mesmo Estado como participante; e o Brasil, com seus quase 16 mil quilômetros de fronteiras terrestres, é o primeiro em quantidade de tríplices fronteiras, somando o total de nove.

Na América do Sul, por sua extensão territorial e quantidade de países, localizam-se grande parte das tríplices fronteiras latino-americanas: são treze. Por país (lembrando que se somarmos o número de tríplices fronteiras de cada um o resultado é maior que treze, já que elas se repetem): Bolívia tem cinco; Argentina e Peru, quatro; Colômbia e Paraguai, três; Chile, Guiana, Suriname e Venezuela, duas; e Guiana sa e Uruguai, uma.

Na América Central e México estão as outras duas tríplices fronteiras latino-americanas: uma compartilhada entre Guatemala, Honduras e El Salvador, e outra por Guatemala, Belize e México.

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A definição das fronteiras latino-americanas remonta ao período colonial, nos tratados entre Espanha e Portugal; aos processos de independências dos países e aos conflitos e acordos específicos entre eles para a definição de limites. Alguns exemplos conhecidos são: Tratado de Tordesilhas (1494), Tratado de Madri (1750), Tratado de Santo Ildefonso (1777); Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), Guerra do Chaco (1932-1935); e Tratado de Itaipu (1973).

As características das quinze tríplices fronteiras latino-americanas são diversas, entre biomas, densidade demográfica e presença de aparatos estatais. Em termos de intensidade de fluxos de pessoas e de mercadorias e de conexão urbana internacional, a Tríplice Fronteira Argentina-Brasil-Paraguai tem destaque.

Outra conhecida Tríplice Fronteira, que também recebe a nomenclatura em maiúsculas, fica na região amazônica, entre Brasil, Colômbia e Peru. Para conhecermos melhor a diversidade territorial do continente, cada uma das quinze tríplices fronteiras merece ser observada em suas particularidades.

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Heloisa M. Gimenez é Doutora em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, professora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), integrante do Grupo de Pesquisa sobre a Tríplice Fronteira (GTF/UNILA/CNPq) e tutora do PET Conexões de Saberes da mesma universidade.

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