Argentina, Brasil e Paraguai formam um corredor turístico. Muito mais, talvez, Argentina e Brasil em razão da visita das Cataratas do Iguaçu. E Ciudad del Este, Paraguai, para as compras. Brasil como um turismo de natureza, Argentina como um turismo gastronómico e Paraguai como um turismo comercial. Embora, confesso que o turista perde muito quando não faz um recorrido gastronómico por Cidade del Este, ou quando não visita a lindíssima e cheia de histórias, a capital Asunción. Más, claro, o tempo sempre acaba nos limitando. Para quem é morador desta fronteira, cruzar a ponte para comer em um “rinconcito” de Ciudad del Este é sempre encantador, rica em diversidade de culturas e propostas gastronómicas.
E a língua, as línguas, como ficam neste corredor turístico? Gilberto Gil, artista brasileiro de referência internacional, ex ministro de Cultura, disse em uma entrevista do ano 2005, defendeu o portunhol como a língua da integração. Ele enunciava: O portunhol é urna lingua de integraçâo regional. Vivemos um momento planetàrio de grande integraçâo regional -veja a Europa e sua moeda única, servindo a 25 países- a Uniáo Africana, a Ásia também se mobiliza para essa integraçâo. Entáo vejo com muita naturalidade que países do Mercosul também busquem sua integração.
Será que no turismo prevalece o portunhol? No dia 05 de janeiro, o site do Instagram das cataratas do Iguaçu (@cataratasdoigucu) publicou o top ranking dos visitantes no ano de 2022. Segundo o site 148 nacionalidades visitam a maravilha mundial da natureza, no top dos 10 visitaram as cataratas nos primeiros lugares Brasil, Argentina, Paraguai, Peru, Uruguai, Colômbia, Espanha, ou seja, 6 dos 10 países que mais visitaram as cataratas no 2022, tem o espanhol como idioma oficinal, a exceção de Espanha, todos fazem fronteira com o Brasil, isto significa que o português e o espanhol entram em contato; e possivelmente o “portunhol” seja a comunicação que mais desentrava os primeiros encontros com os turistas.
As línguas são um fator de integração fundamentais para pensar a região desde uma perspectiva turística. Quanto mais impulso ao espanhol como língua estrangeira (chamamos de adicional, pois na fronteira o espanhol circula, está presente de formas diversas, não é estrangeiro para nós) mais relações comerciais e turísticas na região. O portunhol pode nos servir como meio de comunicação, isto não significa que não seja fundamental aprender o espanhol ou o português (no caso de Argentina ou Paraguai). É fundamental e importante para potencializar as relações entre os países e pensar uma política linguística para a fronteira trinacional.