Cerca de 65 mil casos novos são esperados em 2021, e 16 mil homens morreram da doença em 2019 (Instituto Nacional do Câncer – Inca).
A doença avançada ou metastática gera sofrimento e está atrelada à perda de qualidade de vida. Sintomas como dores ósseas, fraturas, dificuldade para caminhar, dificuldade para urinar e sangramento urinário podem estar presentes.
Para mudar essa história, é fundamental o diagnóstico ser precoce. Para isso, os exames de rotina – como o toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico) – são importantes.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta que, a partir dos 50 anos, todos os homens façam esses dois exames anualmente. Para pacientes com história familiar positiva, a orientação é que se comece aos 45 anos de idade.
A partir dos anos 1990, com o diagnóstico cada vez mais precoce, o tamanho e a extensão dos procedimentos cirúrgicos diminuíram. A prostatectomia radical aberta (PRA), anteriormente proibitiva devido a complicações e resultados funcionais desfavoráveis, diminuiu.
Com os estudos do Dr. Patrick Walsh, ou a ser mais realizada. Hoje, em casos iniciais favoráveis, praticamente se remove apenas a próstata com as vesículas seminais, sem os tecidos que envolvem a glândula.
Esse refinamento técnico, aliado à minimização do o cirúrgico (laparoscopia e cirurgia robótica), tem incrementado os resultados funcionais e cosméticos para os pacientes, que aram a viver mais e ter na qualidade de vida um valor crucial.
A cirurgia robótica da próstata já é realidade em algumas cidades brasileiras. Em São Paulo temos a tecnologia há mais de 12 anos e hoje existem mais de 25 robôs instalados.
Para analisarmos a cirurgia do cap feita por meio do robô, podemos olhar por cinco ângulos:
- resultados oncológicos;
- resultados funcionais;
- tempo de internação;
- complicações cirúrgicas; e
- recuperação pós-operatória.
Com relação aos resultados oncológicos, os estudos realizados até o momento mostram que a PRRo se equipara à PRA, sem vantagens entre elas. No entanto, observamos que com a magnificação da visão, própria do robô (dez vezes), a dissecção e a remoção da próstata acabam sendo feitas com uma imagem de melhor qualidade.
Além disso, a filtragem dos tremores e a maior precisão nos movimentos fazem com que esse procedimento se torne mais rápido e mais simples de ser realizado em relação à cirurgia laparoscópica (PRVL) e PRA.
Quanto aos resultados funcionais, não encontramos diferenças significativas em longo prazo; tanto para a função eretora quanto para a continência urinária. Para a recuperação da continência precoce encontramos estudos que mostram vantagem para a PRRo.
Existem diversos estudos que mostram menos sangramento transoperatório e menor taxa de transfusão nos pacientes submetidos à cirurgia robótica.
Em relação às outras complicações cirúrgicas, tais como infecção da ferida operatória, infecção urinária, fístula e linfoceles, não existem estudos que demonstrem diferença entre as técnicas.
A recuperação pós-operatória é mais rápida na PRRo, e o paciente recebe alta mais precocemente. Ele também sente menos dor na internação. Uma boa parte dos pacientes consegue sair no primeiro ou segundo dia após a cirurgia.
Quanto à recuperação depois de 30 dias, não encontramos estudos que demonstrem diferença.
Para finalizar, podemos concluir dizendo que a PRRo tem resultados oncológicos comparáveis aos da PRA, com menor índice de transfusão, menos tempo de internação e uma recuperação física e da continência urinária mais precoce.
Em tempos como o atual, no qual vivemos a pandemia de covid, isso pode facilitar aos serviços de saúde e segurança do paciente, que fica menos tempo dentro do hospital e volta mais rapidamente para o conforto de sua casa.