A Itaipu é gigante. É uma instituição binacional importantíssima para o Paraguai e para o Brasil, tanto no campo econômico quanto nos âmbitos social e político, além, obviamente, de seu papel como provedora de energia elétrica. No entanto, o que a Itaipu representa possui um peso diferente para cada um desses países.

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No caso do Paraguai, a binacional fornece mais de 88% da energia consumida pelo país. No Brasil, a Itaipu representa menos de 11% do total.

Quanto aos royalties – compensação financeira que os governos brasileiro e paraguaio recebem pela utilização do potencial hidráulico do Rio Paraná – de 1984 até 2018 a Itaipu havia reado USD 11 bilhões aos dois países. Esse total representa 31% do PIB paraguaio e 0,76% do PIB brasileiro de 2020. As diferenças são evidentes.

No âmbito das investigações do Grupo de Pesquisa Sobre a Tríplice Fronteira (GTF/UNILA), ao analisarmos dados dos Acordos de Cooperação e Convênios da Itaipu* com alguns governos municipais (Brasil) e distritais (Paraguai), reforçou-se essa diferença no que a Itaipu representa para os dois países.

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Mapa-brasil-paraguai

Os acordos firmados com governos locais brasileiros concentram-se na região Oeste do Paraná, enquanto no Paraguai a abrangência é mais ampla e localiza-se na Região Oriental do país, conforme é possível verificar no mapa que ilustra esse texto.

Alguns desses convênios estão em andamento e outros já finalizaram seus objetivos. Trata-se de uma análise preliminar de uma pesquisa em andamento, mas que já apresenta evidências dessa característica da Itaipu.

Seja localmente, como no Brasil, ou de forma mais ampla, como no Paraguai, esses investimentos através de acordos e convênios demonstram que a Itaipu é bem mais do que uma gigante mundial da produção de energia elétrica.

*Os dados foram obtidos junto à Itaipu Binacional. Para mais informações, entrar em contato com os autores: [email protected]

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Professor na Universidade Federal da Integração Latino-Americana - UNILA - e doutor em Ciência Política.

Cristiano Manhães - Especialista em Defesa Nacional pela Facultad de la Defensa Nacional (FADENA/Argentina) e bacharel em Relações Internacionais pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS/UNESP-Franca)

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