Nos primeiros dias de 2025, a empresa responsável por gerenciar o complexo do Marco das Três Fronteiras divulgou a nacionalidade dos turistas que mais visitam o local. Vamos às posições: os turistas chilenos foram os que mais procuraram o Marco para visita turística, seguidos pelos brasileiros e, em terceiro lugar, pelos nossos irmãos argentinos.

Esses dados reforçam, mais uma vez, a importância de o município de Foz do Iguaçu, por meio da Secretaria de Turismo, criar, planejar e implementar uma política linguística efetiva para o atendimento aos turistas. É um fato que a comunicação em espanhol é fundamental para muitos visitantes que chegam à cidade e conhecem pouco ou nada de português. Além disso, o uso do idioma demonstra acolhimento e empatia com quem nos visita.

Para a criação dessa política no setor turístico, seria importante envolver outras secretarias, como as de Saúde e Educação, fundamentais para estabelecer uma formação continuada para os agentes que trabalham direta ou indiretamente com os turistas.

Para avançar ainda mais, outro o relevante seria a criação de uma política conjunta entre os três países, estabelecendo diretrizes comuns para a formação continuada em línguas. Esses laços reforçariam a integração regional, a cultura e a identidade, tornando-se um importante referencial para o turismo na região.

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No entanto, observa-se que há poucos — ou quase nenhum — cartazes traduzidos para o espanhol e ainda menos para outras línguas, como o inglês, que muitas vezes nem sequer está presente. Isso impacta negativamente a experiência dos turistas, transmitindo uma imagem de pouca empatia com o visitante, já que a língua é fundamental para criar laços de união e integração.

É importante lembrar que, hoje, há uma lei que prevê o ensino de espanhol e inglês nas escolas de ensino fundamental, além da política de acolhimento aos imigrantes, documentos que contribuem para a construção conjunta de uma política integrada de formação continuada em línguas voltada ao turismo e à educação.

O turismo, sendo um fator fundamental de valor econômico para a região, só se fortalece e se inova ao planejar uma identidade própria, baseada nas características culturais, linguísticas e sociais da nossa Tríplice Fronteira.

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É Doutora em Educação (FaE) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Possui Licenciatura em Letras pela Universidad Nacional de Rosario (2003), Mestrado em Letras - Língua Espanhola e Literatura Espanhola e Hispano-Americana pela Universidade de São Paulo (2010) e Mestrado Profissionalizante na Área de Novas Tecnologias, pelo Instituto Universitario de Posgrado (Espanha). Atualmente é Professora de Língua Espanhola como língua adicional na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) no Ciclo Comum de Estudos. Tem interesse nas áreas de ensino de espanhol, fronteira e interculturalidade e línguas em contato.

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