O turismo é muito importante para a região trinacional, isso é inquestionável. Agora bem, qual é o papel das línguas no turismo? Como tem sido fomentado o ensino de línguas no turismo? Bem, embora não possamos negar esforços, neste sentido, é verdade que precisamos de maiores investimentos para construir uma política linguística que se perfile importante para a região e, ainda mais que isso: fundamental.
Já manifestei, em mais de uma oportunidade, sobre o papel das línguas. E é uma verdade que essa realidade mudou, se comparamos desde uma linha histórica. Cheguei na cidade em 2013 e, nos comércios, quase não escutava outra língua a não ser o português. Hoje isso é bem diferente, especialmente em comércios localizados à margem da fronteira, mas também nos mais visitados pelos turistas. Essa realidade mudou porque a cidade tem mudado muito e também tem crescido bastante.
Os imigrantes, dos mais diversos cantos da América Latina e do Caribe, têm configurado uma cartografia multicultural e plurilíngue para a região trinacional. E que bom! Isso também tem modificado as relações tanto no comércio, turismo, educação e saúde, não apenas pela questão linguística, mas também pela questão multicultural e pela participação deles nas diversas esferas da cidade.
Na parte cultural, a cidade cresceu, ainda que timidamente, e na questão turística tem tido muita expansão desde diversas perspectivas, tanto no número de turistas que chegam à cidade como daqueles que vêm por negócios ou educação. De qualquer forma, esses impactos não se refletem em políticas linguísticas efetivas ou em um planejamento sobre a questão das línguas. Para uma cidade turística, de fato, a língua é vetor de comunicação e me arrisco a escrever: o mais importante.