Já disse aqui, muitas vezes, que a fronteira é mágica. Tem pessoas de diversos países, de diversas cidades, aromas, comidas e costumes que enriquecem a vida cultural. Porém, ainda falta muito por avançar. Eu, particularmente, aguardo esse dia chegar, inclusive que algum político possa apresentar um plano coerente para viver uma cidade cultural e trinacional.
Acredito que ainda nos vinculamos muito pouco com nossos países irmãos e temos muito para nos vincular. Em termos de línguas, embora algumas escolas ofereçam o espanhol e inglês como línguas obrigatórias, ainda falta expansão para todas as escolas e oportunidades para vagas e concursos docentes.
A defesa da língua espanhola como obrigatória diz respeito a pensar no território no qual vivemos e sentimos a fronteira. De um lado temos a Argentina e do outro o Paraguai é impossível ignorar a riqueza que a possibilidade de morar em um território fronteiriço nos proporciona todos os dias. Uma cidade plural e multicultural não pode dar as costas a um idioma fundamental para o desenvolvimento social e econômico da região.
Hoje, é um o importante que todas as crianças possam ter a oportunidade de estudar idiomas, de escolher e viver em várias línguas e em futuro isso vai, certamente, acrescentar muito na vida profissional de cada um deles. Uma região e especialmente uma cidade como Foz do Iguaçu, que se enorgullece em falar que é turística, destino do mundo, com paisagens belíssimas e muitos atrativos, não pode e nem deve se fechar a pensar as línguas como um fator fundamental de integração regional.
É com as línguas que aprendemos a olhar o mundo desde várias perspectivas e como se for um calidoscópio, não é verdade? E quanto mais línguas o mundo se torna mais plural, mas empático e multicultural. Seria muito bom se Foz do Iguaçu além de ser um modelo no turismo, no famoso ditado de destino do mundo, também possa pensar em ser destino cultural valorizando a imigração aqui presente e que contribuem, todos os dias, para a riqueza econômica e cultural da cidade, da região e da fronteira trinacional.