A atividade acontece até 30 de setembro no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), em Foz do Iguaçu (PR).
A Itaipu Binacional está participando, de 24 a 30 de setembro, da elaboração da nova edição do Inventário Participativo de Aves do Paraná (IPAVE-PR). Esta publicação, organizada por especialistas em identificação de aves (ornitólogos), é uma iniciativa da sociedade civil e de diversas instituições, sem fins lucrativos.
Durante uma semana, centenas de entusiastas de aves de todo o Paraná estarão observando as espécies em parques, florestas e refúgios em mais de 60 municípios. Este esforço conta com a colaboração de voluntários, amadores e profissionais, todos contribuindo para o aumento do conhecimento sobre as aves.
No Refúgio Bela Vista, participaram do levantamento o biólogo e ornitólogo João Batista Francisco, aposentado da Itaipu, e o biólogo Marcos José de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas. Juntos, eles já identificaram uma variedade de espécies migratórias, como a tesourinha e o suriri, que retornam ao Brasil nesta época do ano.
João Batista, conhecido como “Seu João” pelos colegas e estagiários, é uma pessoa com um ouvido aguçado para os sons das aves. “Este aqui é o surucuá-variado, cientificamente chamado de Trogon surrucura,” ele ensina.
A observação de aves não apenas enriquece o conhecimento científico, mas também proporciona uma conexão profunda com a natureza. Seu João destaca que o início da primavera é o melhor período para avistar novas espécies, quando muitas aves migratórias chegam à região. Ele menciona ter encontrado um beija-flor de topete azul em suas recentes observações, evidenciando a diversidade avifaunística local.
Marcos de Oliveira enfatiza a importância desse trabalho para o refúgio. “É fundamental registrarmos as espécies que habitam nossos espaços para entendermos o que estamos conservando. A restauração florestal cria um corredor verde que conecta pequenas ilhas de floresta, formando um mosaico de ambientes propícios para a conservação das aves.”
Os resultados das observações serão apresentados na nova edição do Livro do IPAVE, cuja última versão foi publicada em 2012. Na edição anterior, um dos registros importantes foi o da espécie bagageiro (Phaeomyias murina), que contava com poucos registros no Paraná até então.
Ciência cidadã
A observação de pássaros é uma prática ível a todos. O conceito de ciência cidadã é fundamental para o trabalho do observador. Seu João explica que qualquer pessoa interessada pode contribuir para a pesquisa ao registrar as aves que observa. Essa abordagem populariza a ciência e permite que cidadãos comuns ajudem a coletar dados valiosos sobre a avifauna local. O biólogo cita um exemplo de 2017, quando um observador registrou pela primeira vez uma espécie de ave na região agrícola, demonstrando o impacto positivo da ciência cidadã.
Se você quiser se unir à missão do Seu João, e o site IPAVE 2024, baixe a planilha de Excel, preencha os dados de “Locais” e “Observadores” nas respectivas abas; marque com um X as espécies registradas na aba “Checklist” e envie o arquivo, entre 1º e 15 de outubro, para o e-mail: [email protected].
As informações serão enviadas para a base de dados Wikiaves (wikiaves.com.br) e para a plataforma eBird/Cornell Lab.








