Vocês já perceberam que sempre se fala que não se tem um equivalente para a palavra saudade. Bem, a saudade é uma palavra muito bonita que encerra em si mesma a nostalgia daqueles que estão longe ou que já não estão. Mas, a verdade é que temos palavras como saudades, talvez o que queremos expressar é que essas palavras não têm tanta intensidade. E pode ser! Sabe por que? Porque a língua é nossa identidade e, portanto, quando pronunciamos uma palavra em uma língua ou outra também outorgamos diversos significados ou preenchemos de mais afetos ou sonoridade.
Em espanhol não temos a palavra saudade, porém temos também palavras muito bonitas para expressar o sentimento de estar longe ou a perda, como “nostalgia”, “echar de menos”, “extrañar”. Como minha primeira língua é o espanhol, para mim essas são cheias de sentidos e quando as falo dá um quentinho no coração! Em guaraní fica arohecha-u, que palavra bonita! Mas você sabe como se diz em galego? Saudades. Eu também já ouvi “morriñas”, e que palavra tão bonita.
É que falar em saudades é também falar em sentimentos e até depende do sentimento, pois ele pode ser de estar com uma pessoa, de estar em um lugar, de uma casa, de uma terra natal ou de uma pessoa que perdemos. E como será que é em árabe? Ishtiyâq ou hanîn expressam esse sentimento na língua árabe. E tudo isto tem relação com a fronteira, pois quando pensamos em fronteiras não temos que relacionar apenas a linha geográfica que divide ou une um país do outro, senão também as diversas fronteiras que cruzamos todos os dias, ou a que temos que enfrentar para ir ver nossos seres queridos quando estamos com saudade, quando o coração aperta ou quando alguém se foi. A fronteira e a saudade se relacionam sempre.
Nesta fronteira de inúmeras nacionalidades, culturas e diversidades, temos tantas saudades que não entram todas em um texto. Eu sinto saudades da minha família, todos os dias, mas rara vez falo todos os dias sobre isso, as vezes eu escrevo sobre isso, é que a saudade aperta o coração de um jeito que é impossível não fazer uma linha de fronteira para pensar que podemos pular na sua mágica e trazer tudo o que queremos de perto para este lado.
O crescimento do trabalho remoto levanta questões sobre como as regras de responsabilidade civil se aplicam entre empresas e trabalhadores, incluindo a responsabilidade por acidentes durante o home office e a segurança do empregado em casa. Quem é responsável por acidentes domésticos que ocorram no expediente? E como as empresas devem se preparar para essas situações?
No direito, a responsabilidade civil é a obrigação de reparar um dano causado a outra pessoa. Nas relações de trabalho, se o empregado sofrer prejuízo — físico, moral ou material — enquanto desempenha suas funções, mesmo remotamente, a empresa pode ser responsabilizada. A legislação trabalhista brasileira define como acidente de trabalho qualquer incidente que ocorra durante as funções a serviço do empregador, conforme o artigo 19 da Lei 8.213/91. Mesmo em casa, a responsabilidade da empresa se mantém.
Se o empregado sofrer um acidente durante o home office — como uma queda ou um choque elétrico enquanto utiliza equipamentos fornecidos pela empresa —, a responsabilidade pode recair sobre o empregador, desde que seja comprovada a relação entre o incidente e as atividades profissionais. Nesse sentido, recentes julgamentos vêm apontando que as empresas têm o dever de zelar pela segurança do trabalhador, mesmo no home office. Isso pode incluir a orientação adequada quanto ao ambiente de trabalho em casa, a disponibilização de equipamentos ergonômicos e, em alguns casos, a vistoria do local de trabalho remoto.
Além dos acidentes, outros aspectos do trabalho remoto também têm gerado discussões jurídicas, como o controle de jornada e o direito ao desconectar-se. Em alguns casos, os tribunais têm reconhecido que o trabalho em casa pode levar a jornadas excessivas, gerando situações de sobrecarga e estresse. Nesses casos, também pode haver a responsabilização da empresa, especialmente se o trabalhador não tiver liberdade para gerenciar seu horário ou se for exigido além do previsto por lei.
Diante desse cenário, é essencial que as empresas adotem medidas preventivas. O fornecimento de um ambiente de trabalho adequado, mesmo que em home office, pode evitar futuros problemas legais. Isso inclui não apenas a preocupação com equipamentos e mobiliário, mas também a orientação clara sobre limites de jornada e pausas necessárias. Para os trabalhadores, é importante estar ciente de seus direitos e deveres no trabalho remoto, garantindo que sua segurança e saúde sejam sempre prioridade.