Imagine trocar as tradicionais salas de aula por uma vida de aventuras ao ar livre, dedicando-se a salvar o planeta! Foi exatamente isso que fez o alagoano José Ulisses dos Santos, que decidiu deixar seu trabalho como professor de História para mergulhar no mundo da conservação ambiental.
Sua transformação em um defensor da natureza começou em 2007, quando se juntou ao Instituto Chico Mendes. A dedicação de Ulisses à causa ambiental ganhou proeminência com seu trabalho no projeto Peixe-Boi Marinho, em Pernambuco, onde, durante 11 anos, ele combinou esforços de educação ambiental com inclusão social, além de liderar iniciativas pioneiras de Turismo de Base Comunitária.

Sua atuação se estendeu para além da conservação marinha, envolvendo-se diretamente com a juventude local em projetos de liderança juvenil focados na educação ambiental, buscando promover a emancipação e a participação política dos jovens. Em 2015, Ulisses assumiu a chefia substituta da gestão integrada da Costa dos Corais, responsabilizando-se por uma vasta área marinha de mais de 400 mil hectares, onde assumiu uma responsabilidade colossal com o entusiasmo de quem sabe que está fazendo a diferença.
A jornada de Ulisses encontrou um novo capítulo em Foz do Iguaçu, em 2019, onde, no Parque Nacional do Iguaçu, ele assumiu a liderança da Escola Parque, integrando projetos educacionais que visam não apenas informar, mas transformar a relação das pessoas com o meio ambiente. Em 2021, sua missão evoluiu para a chefia substituta do Parque, onde seu trabalho se concentra em tecer uma gestão socioambiental inclusiva e abrangente, impactando positivamente as comunidades do entorno.

Ulisses dos Santos é a prova viva de que podemos ser protagonistas da nossa própria história e fazer uma diferença real no mundo. Ele nos inspira a pensar grande, sonhar com um planeta mais verde e, o mais importante, agir para tornar esses sonhos realidade. Sob sua visão, em 2020, o Parque Nacional do Iguaçu deu um grande o ao expandir seus horizontes, abraçando não só a preservação do meio ambiente mas também a rica cultura e história da região.
Com entusiasmo, Ulisses compartilha essa jornada rumo ao reconhecimento Green Lease, um selo que celebra iniciativas focadas na inclusão social e na educação. A ideia é que o parque seja mais do que um refúgio verde; ele vê um espaço de encontro e conservação, onde cada visita se transforma em uma experiência enriquecedora e respeitosa.
O Parque Nacional do Iguaçu é um lugar, ele tem história e sentmentos associados. Não podemos tratá-lo como um não-lugar, pois ele é um território que guarda a história de muitos grupos humanos. Temos sítios arqueológicos pré-coloniais dos povos indígenas Guarani e Kaingang e também sítios contemporâneos como a Vila dos Colonos que viveram dentro do parque.
Nessa nova visão, o parque se alia a novos parceiros, como a Urbia Cataratas, para oferecer uma gama mais vasta e autêntica de atividades turísticas. Diz adeus à ideia tradicional de visitas focadas apenas nas Cataratas e em Foz do Iguaçu e olá a experiências que tocam a alma, conectando visitantes com a essência da comunidade local lindeira e suas tradições.

Uma dessas experiências é em parceria com a comunidade quilombola Apepú. Com unidades habitacionais projetadas para sustentar e resgatar o ambiente histórico e a cultura quilombola, Apepu é um retrato de resistência e memória. A comunidade também está fortemente engajada em gerar renda sustentável através do artesanato local e da promoção do turismo cultural, uma iniciativa que busca tanto preservar quanto compartilhar suas ricas tradições.




Um dos projetos mais ambiciosos de Apepu é a criação de um espaço turístico comunitário que promete transformar a experiência de visitantes e moradores.
Estamos prestes a inaugurar o espaço do Apepu, uma base operacional que será o coração do nosso projeto de turismo comunitário.



A iniciativa incluirá um circuito de trilhas para caminhada e ciclismo, além de uma área para a prática de remo no vizinho rio Índio, proporcionando uma experiência de etnoturismo única.
A preparação para receber visitantes inclui a reforma de um galpão comunitário e a estruturação de experiências gastronômicas e culturais que prometem enriquecer a estadia de qualquer turista.
Este projeto não é apenas uma iniciativa do Parque Nacional do Iguaçu; é uma colaboração com o quilombo.
É essencial que qualquer desenvolvimento seja feito com o consentimento e participação ativa da comunidade. Não se trata apenas de implementar um projeto, mas de construir juntos.

O Parque Nacional do Iguaçu tem muitos outros projetos em andamento, como a expansão do diálogo e turismo sustentável com a Comunidade Guarani de São Miguel do Iguaçu. Este esforço colaborativo tem como objetivo criar oportunidades que beneficiem diretamente as comunidades locais, preservando ao mesmo tempo seu ambiente natural e patrimônio cultural. Segundo o diretor do PNI, a iniciativa surge da necessidade de termos uma alternativa ao turismo convencional, muitas vezes prejudicial ao meio ambiente e às culturas locais.

Trabalhar com os Guaranis nos oferece uma perspectiva única sobre como o turismo pode ser integrado de maneira respeitosa e sustentável
Além de colaborar com as comunidades indígenas, o projeto também busca ampliar o diálogo com os prefeitos e atores sociais e políticos dos municípios vizinhos. A ideia é criar uma rede de apoio e cooperação que transcenda as fronteiras municipais, desenvolvendo projetos turísticos que possam beneficiar uma região mais ampla. Os esforços para implementar um turismo de baixo impacto e focado no ecoturismo refletem uma tendência global de busca por formas mais sustentáveis e responsáveis de viajar.


