Matéria publicada originalmente na edição 92 da Revista 100fronteiras, maio de 2013.
Seu Amarilla (como prefere ser chamado) é o mais novo de 15 irmãos. Chegou à Tríplice Fronteira ainda criança, no início da década de 60. Pesquisador e Ambientalista, costuma levar turistas e pesquisadores a lugares poucos visitados, como cachoeiras, rios e matas da região. Ele é um dos colaboradores da revista 100fronteiras nas matérias sobre natureza.
Foram quatro anos sonhando com a viagem, dois meses de preparação levantando os recursos necessários entre empresários e amigos. Como tema “Soy loko x vos Amarilla soy” (Sou louco por vocês, sou Amarilla) estampado na camisa, seu Francisco percorreu as terras Jesuíticas apenas com a companhia de sua inseparável bicicleta, e os carros em alta velocidade por estradas sem sinalização adequada.

Além da realização de um sonho, o objetivo, fazer um registro dos lugares e de vias de o a ciclistas pelo caminho. San Ignácio foi a parada principal da viagem, lugar usado para a primeira reunião dos Jesuítas, onde decidiram o destino dos padres pela América Latina.
Em Santa Maria de Fé ele foi bem recebido pelos moradores.
“O povo do interior me recepcionou muito bem, por onde ava eu era acolhido por famílias”.
A hospitalidade das pessoas deixou marcas na vida do ciclista aventureiro.
Em San Ignácio se encontra o marco zero dos Jesuítas, a pedra fundamental da missão Jesuítica. No pequeno morro, está o relógio de sol (parcialmente destruído por vândalos) e várias esculturas de rostos indígenas esculpidos em pedra pelo artista Koki Ruiz.

A missão Jesuítica nasceu com a primeira reunião na América Latina no morro, lugar onde foram comissionados os padres que iriam trabalhar nos países da região.
Na primeira cidade, ele visitou um sítio arqueológico, lugar das ruínas de uma catedral com mais de 400 anos. Cerâmicas antigas foram acidentalmente achadas em um buraco cavado por moradores locais para um poço nos fundos da igreja atual.
Roque Gonzalez de Santa Cruz, foi o único Jesuíta paraguaio, se destacava por entender a língua local dos índios. Pelo caminho, seu Amarilla visitou lugares curiosos, como a praça dos cavalos, localizada perto do centro de San Ignácio. Com grandes esculturas de cabeças de cavalos, a atração mostra o valor do animal para o trabalho missionário dos padres.
Como ambientalista, seu Amarilla chocou-se ao encontrar animais mortos na estrada, e foram muitos, dentre eles mamíferos, répteis e aves.
“A alta velocidade dos carros não dava chance para os animais escaparem”.
No retorno a Foz do Iguaçu ele trouxe na bagagem mais de 600 fotos de belas paisagens e registro dos lugares históricos de extrema importância para o catolicismo na América Latina.
Em muitos pontos, seu Amarilla se emocionava, são sentimentos de alguém que ama a região e a natureza. Por motivos financeiros ele não pôde ir mais longe, mas está satisfeito até onde conseguiu chegar.
Toda a documentação da viagem e de outras expedições estará em um livro que seu Francisco está escrevendo, chamado “O Paraguai que pouca gente conhece”. A obra será um guia para os aventureiros. Ele ainda busca o apoio para a edição do material.