Desde o ano ado Foz do Iguaçu vem mudando a cultura no que diz respeito à captação de investimentos, graças ao Programa Acelera Foz, comandado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Frente ao programa está o diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis, que participou da que é considerada a maior feira mundial.

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Para ele, a experiência foi fantástica. “O que ficou muito latente lá é a questão da sustentabilidade: mobilidade sustentável, alimentação sustentável, energia renovável. Esse era o foco na Expo Dubai. E isso nos leva para muita reflexão sobre o que achamos e pensamos aqui na região, porque a tendência do mercado hoje é a sustentabilidade e isso nos faz refletir se estamos no caminho certo ou se temos que rever nossos objetivos. E com isso sinto que precisamos ser mais ágeis, não Foz, mas a América Latina de modo geral. E não digo que a culpa é do estado; é algo da sociedade mesmo, de mudança de cultura, para que o tempo de tomada de decisão seja mais rápido, porque aqui demoramos muito, é muita burocracia”, destaca Régis.

O diretor comenta que a experiência nos Emirados Árabes lhe abriu os olhos e mostrou como o país está avançado com relação à América Latina. A Expo Dubai foi uma ratificação das informações sobre sustentabilidade, futuro dos dados e transição energética e isso leva o PTI a pensar como projetar ou estimular algumas economias para que a cidade se adeque a esse futuro, e consiga desenvolver soluções ou, ainda, atraia empresas para esse futuro.

Já o Evento do Paraná, serviu para o PTI mostrar o que está sendo feito na cidade na área de diversificação da economia. E o resultado positivo dessa ida para Dubai foi a de um Memorando de Entendimento (MoU) entre o Parque Tecnológico e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira para a realização de atividades e ações de desenvolvimento de soluções em inovação aberta com startups – principalmente na área de agronegócio –, cidades inteligentes e turismo. Em novembro, representantes da Câmara virão a Foz para estreitar os laços e montar um plano de trabalho dessa parceria.

Nessa linha, a prefeitura de Foz assinou um protocolo com representantes da Cdial Halal e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira tornando Foz do Iguaçu o primeiro destino turístico halal do país, onde os colaboradores dos estabelecimentos turísticos de Foz do Iguaçu (hotéis, restaurantes e similares) serão capacitados em serviços halal, o que vai permitir que a cidade atraia ainda mais turistas árabes.

Em Dubai, fizeram contatos com várias empresas e algumas ficaram interessadas em vir conhecer Foz. No entanto, nenhuma parceria concreta. Como em março do ano que vem é o fechamento da Expo Dubai, eles esperam que, até lá, firmem as parcerias.

Apesar dessas conquistas, Régis destaca que Foz precisa fazer muito mais. “É preciso ter uma política de incentivo, não apenas estimular; é necessário ser mais organizado, ter um programa de ações a ser desenvolvido. É preciso a união de atores, pois o que o investidor quer ver é a sinergia e confiança entre os ativos locais; com isso ele se sente mais confortável para vir investir na cidade”, ressalta.

Para isso Régis explica que é preciso consolidar o escritório de atração de investimentos, para se organizar e poder atrair os investimentos, pois hoje não tem um canal onde o investidor que quer vir para Foz possa conversar e tirar suas dúvidas. É preciso ter um guia que una os atores e organize, detalhe e explique o processo de abrir uma empresa. Apresente quanto tempo demora, mostre exemplos de empresas que estão aqui, quais são as linhas de financiamento, os setores para investir na cidade, enfim, falta uma referência.

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“O que me inquieta em Foz é olhar o potencial que tem e o lugar que a gente está. Só pra ter uma ideia, há dois anos, ainda não estávamos listados no ranking das 100 cidades inteligentes do Brasil e hoje estamos na posição 44, ou seja, é um sinal muito positivo, mostra que Foz tem potencial”, reforça.

Conquistas

Régis aproveitou para destacar que as apostas feitas no ano ado, quando foi criado o Programa Acelera Foz, já deram resultados muito positivos.

Aposta                                            

  • 16 startups                                        
  • R$ 6 milhões em faturamento das empresas incubadas em 2021  
  • 90 pessoas empregadas             
  • Pagar salários acima da média de Foz

Resultado

  • 54 startups
  • R$ 23 milhões em faturamento das empresas incubadas em 2021 e o ano não acabou
  • 358 pessoas empregadas
  • + de R$ 1200 reais acima da média de Foz

“Quando fizemos algumas apostas no Acelera Foz conseguimos captar 23 empresas, sendo dez bem embrionárias na linha de transformação de ideias em negócios e as demais já com alguma coisa em andamento. O resultado disso, nesse curto período é que essas empresas estão faturando R$9 milhões, gerando 60 empregos e, dessas 23 que apostamos, três já foram aceleradas para outros fundos de investimentos cujo valor a de R$20 milhões. E se for pegar todas as empresas do PTI que receberam investimento, são mais de R$80 milhões de valores destinados para as empresas. E, isso tudo, foi resultado de uma aposta de investimento de menos de R$2 milhões, então você vê que é uma aposta certa. Com isso fomos para o oriente médio atrair empresas do mundo árabe que queiram explorar o mercado latino americano. E por que vir para Foz? Porque somos um hub de logística”, explica Régis.

Além disso, recentemente foi aberto o edital Hangar onde foram selecionadas seis ideias para se tornarem empresas. Também foi lançado o edital da Sanepar de startups que terá um investimento de R$750 mil. Outra grande novidade é que estão em vias de fechar com a Huawei, a maior empresa de tecnologia do mundo, uma empresa chinesa que terá um edital na área de agronegócio para investir em startups com tecnologia 5G.

Diante de tudo isso, e com os negócios acontecendo em Foz, Régis voltou de Dubai muito empolgado, mas sabendo que é preciso se preparar melhor e aproveitar as oportunidades.

Rodrigo Régis. (foto: 100fronteiras)

“Hoje tem empresas no PTI faturando mais de R$1 milhão de reais por mês. As metas estão todas superadas. Os resultados foram melhores do que eu imaginava. Temos muita luta todo dia, mudança de cultura e de convencimento interno e externo. Estou feliz porque pra mim a definição de sucesso é quando uma pessoa respira melhor porque você existiu e ver essas empresas dando certo é algo muito gratificante”.

Rodrigo régis
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