Professor por formação e com uma vasta trajetória profissional, o Diretor Superintendente do Parque Tecnológico Itaipu – Brasil (PTI-BR), Irineu Mario Colombo compartilha suas perspectivas sobre os desafios da gestão. Empossado na direção do PTI-BR em março de 2023, Colombo traz consigo um histórico robusto de contribuições significativas na área educacional.

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Poderia compartilhar um pouco sobre sua trajetória profissional até chegar à posição de diretor do PTI-BR?

Após me qualificar como técnico em eletrônica, cursei História, onde pude complementar o conhecimento técnico em eletricidade com uma compreensão mais filosófica e humana das ciências. Segui a carreira docente e me envolvi na política. Ocupei cargos como Vereador, Deputado Estadual e Federal.

Também aprofundei meus estudos, conquistando uma especialização em Gestão Pública e História Econômica, seguidos pelo mestrado em Educação e doutorado em História Social. Essas qualificações, juntamente com minha experiência prática na istração pública, me credenciaram como um profissional político e gestor competente.

Em 2008, fui a Foz do Iguaçu para iniciar o campus do IFPR, colaborando na criação do curso de Aquicultura. Mais tarde, após a última eleição de Lula, fui convidado a assumir o PTI, uma oportunidade que surgiu por conta da minha capacidade de gerir processos tecnológicos, de experiência de anos lidando com profissionais da engenharia e da educação técnica.

Quais experiências e habilidades você considera que foram fundamentais para assumir este cargo no PTI-BR?

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Minha experiência como reitor do Instituto Federal do Paraná e Alagoas, aliada à minha formação técnica em eletrônica, me deu uma visão ampla da engenharia. Esse conhecimento foi essencial na gestão de 28 grandes obras, orçadas em mais de 5 milhões cada. Coordenei equipes multidisciplinares, incluindo arquitetos, engenheiros eletricistas, civis, hidráulicos e sanitaristas. Na reitoria, participei de feiras de ciências e competições de robótica, aproximando-me dos desenvolvimentos nas Ciências da Natureza e nas diversas engenharias. Essas experiências enriqueceram minha capacidade de gerir o ambiente acadêmico e profissional.

Hoje qual é a principal função do PTI na prática?

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O Parque Tecnológico Itaipu é reconhecido por seus 12 centros de competência, incluindo uma incubadora de empresas que atualmente abriga cerca de 70 startups inovadoras. Essas empresas, após um desenvolvimento avançado, se preparam para ingressar no mercado independente. O PTI também se destaca na educação tecnológica, atendendo às demandas da Itaipu Binacional e preparando profissionais para os desafios do mercado.

Na gestão energética, o PTI criou um centro especializado que serve às necessidades da Itaipu Binacional e oferece serviços ao setor energético brasileiro, enfatizando a sustentabilidade e eficiência energética. Com a crescente busca por energias limpas, o PTI também desenvolveu um centro de hidrogênio, explorando esta alternativa energética não poluente.

Além disso, o PTI trabalha em desafios sociais. Um exemplo é a sua participação, através do centro de arquitetura e engenharia, no projeto colaborativo entre Itaipu e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. O projeto visa realocar famílias da Vila Brás, que residem em áreas de preservação permanente (APP), para melhorar suas condições de vida e reforçar a responsabilidade social. Outra iniciativa importante é o centro de inteligência territorial, que se concentra em monitorar e mitigar impactos ambientais, destacando-se no combate ao assoreamento no Lago de Itaipu.

Quais são os principais projetos que você pretende implementar ou dar continuidade no PTI-BR durante sua gestão?

O Building Information Modeling (BIM) transformou a construção civil e a arquitetura com uma abordagem integrada e multidimensional, gerenciando informações digitais de projetos desde a concepção até a demolição.

Estamos também focados no Hidrogênio Verde, um o estratégico para o Parque Tecnológico Itaipu, definindo setores para esforços iniciais. Além da criação e aprimoramento destes dois novos centros tecnológicos, enfrentamos o desafio de diversificar nossa oferta de serviços. O objetivo é aprimorar o modelo financeiro do PTI, ampliando nossas fontes de receita para fortalecer e expandir ainda mais nossa infraestrutura.

O PTI também está concluindo seu novo planejamento estratégico, previsto para ser apresentado em dezembro, coincidindo com o vigésimo aniversário do Parque. Há um reconhecimento especial ao Diretor Geral Brasileiro de Itaipu, Enio Verri, por seu apoio estratégico e experiência tanto no setor privado quanto como gestor público. Como professor e economista, Verri valoriza e promove a ciência e tecnologia como fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, e é considerado o mais importante apoiador do PTI em suas duas décadas de existência.

O que o senhor mais gosta de fazer na Tríplice Fronteira nas horas vagas?

Sou alguém que aprecia os prazeres simples da vida em Foz do Iguaçu, seja saboreando um churrasco em restaurantes argentinos ou realizando compras no Paraguai. No entanto, não me limito apenas às tradicionais atrações turísticas. Gosto de visitar os lugares menos explorados da cidade, como os cafés e as praças ao ar livre. No geral, sou uma pessoa caseira. Gosto de cinema, ou participar de churrascos na casa de amigos, tocar violão e cantar. A adaptação em Foz do Iguaçu foi uma experiência singular, especialmente por conta do calor. Lembro-me bem da minha surpresa ao encontrar, pela primeira vez, um ar-condicionado e um ventilador compartilhando o mesmo espaço — um enigma que só entendi com a chegada do verão.

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