Em um mundo que muitas vezes tenta nos definir pelas nossas lutas, Clarissa Menezes é a personificação da resiliência, da fé e da alegria que brotam mesmo nos terrenos mais áridos. Nordestina, negra, advogada, jornalista e palestrante, Clarissa carrega consigo uma história de superação que não apenas inspira, mas também transforma vidas. Sua trajetória é um testemunho vivo de que a força interior, aliada à fé e ao entusiasmo pela vida, pode mover montanhas.
Nascida em Natal (RN), Clarissa cresceu como a única criança negra em seu círculo social. Desde cedo, enfrentou o racismo estrutural que ainda permeia a sociedade brasileira. No entanto, em vez de se deixar abater, ela transformou essas experiências dolorosas em combustível para lutar contra a ideia errônea de inferioridade do negro, enraizada no inconsciente coletivo desde os tempos da escravidão. “Aprendi que a melhor forma de combater o preconceito é revelando a minha humanidade, estando em todos os lugares que quero estar e mostrando que mulheres negras têm beleza, valor e potencial”, afirma.
Clarissa não apenas venceu as barreiras do racismo, mas também se tornou uma voz ativa na luta pela autoaceitação e empoderamento de mulheres e crianças negras. Através de palestras voluntárias promovidas pela OAB-Foz, mostrou seu conteúdo e logo conquistou espaço no mercado advogando e atuando na Secretaria de Direitos Humanos na implantação do Não é Não e no combate à violência contra a mulher. Além disso, ela incentiva o público a enaltecer sua cor, sua beleza e sua identidade. “Existe em todas nós, mulheres, uma força interior que vem de Deus. Ele nos revela nossas habilidades e virtudes, e nos dá as armas para lutarmos”, diz.
Sua mensagem é clara: “Não escutem as vozes do medo e da desesperança, mas a voz de Deus, que tem coisas boas para todas nós.”
Profissionalmente, Clarissa é um exemplo de dedicação e humildade. Com 20 anos de experiência como advogada, especializada em direito da família, ela sempre buscou enxergar a humanidade por trás de cada caso. Sua comunicação didática e empática a tornou uma referência em sua área. Recentemente, ao se mudar para Foz do Iguaçu, enfrentou o desafio de recomeçar em uma cidade nova. Mesmo com toda a sua experiência, ela se fez humilde, pediu oportunidades e, através de palestras voluntárias, conquistou seu espaço. “Precisamos nos colocar no lugar de estar sempre aprendendo com os outros”, reflete.
Mas talvez o maior desafio de Clarissa tenha sido enfrentar um diagnóstico de câncer terminal em 2022. Nove médicos lhe deram o mesmo veredito: não havia esperança. Mas Clarissa, com sua fé inabalável, encontrou um décimo médico disposto a lutar por ela. “Ele me disse uma frase que levo para a vida: ‘Se for para morrer, que seja lutando’”, relembra. E lutou. Venceu. E, mesmo após perder sua mãe e ar por tantas adversidades, ela encontrou forças para se mudar sozinha para Foz, reconstruir sua vida e continuar inspirando outras mulheres.

Clarissa Menezes é mais do que uma mulher de sucesso; ela é um farol de esperança. Para ela, sucesso não se mede por conquistas materiais, mas pela felicidade e pela paz interior. Sua mensagem final é um chamado à resistência e à coragem: “Do leito ao luto, lute. Essa é a mensagem que deixo para todas as mulheres.”
Em Clarissa, vemos a força de uma mulher que transformou dor em poder, desafios em oportunidades e fé em ação. Sua história nos lembra que, independentemente das batalhas que a vida nos impõe, sempre há uma luz no fim do túnel – e essa luz pode ser acesa por nossa própria determinação. Clarissa Menezes não apenas venceu; ela nos ensinou a lutar.
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