Mais de 200 arquitetos, arquitetas e estudantes de diversos países da América Latina e de todas as regiões do Brasil se reuniram em Foz do Iguaçu entre 15 e 18 de outubro para o 6º Encontro Latino-Americano de Arquitetura Comunitária (ELAC). Este evento, realizado pela primeira vez no Brasil, foi promovido em parceria com a UNILA, a Ñanduti Cine e o Ilê Axé Oju Ogun Funmilayió.

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Durante os quatro dias de programação, o encontro ofereceu conferências, debates, apresentações culturais e visitas técnicas às comunidades locais, contando com o patrocínio da Itaipu Binacional e o apoio de diversas instituições, incluindo o Parque Nacional do Iguaçu e a Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas.

A abertura do ELAC foi feita pelo bioconstrutor Carlos Pereira, presidente da Associação Kalunga, que abordou as possibilidades da construção com terra como uma alternativa popular e sustentável. No assentamento Antonio Companheiro Tavares, em São Miguel do Iguaçu, o foco foi o papel da arquitetura nas áreas rurais e nas pequenas cidades, que constituem a maior parte do território nacional e mais da metade da América Latina. O evento também incluiu visitas à comunidade quilombola de Apepu e à ocupação Bubas, além do Ilê Axé Oju Ogun Funmilayió.

“Foi essencial levar as pessoas a esses territórios, deslocando o evento científico para o convívio das comunidades”, afirmou Andréia Moassab, pró-reitora de Extensão da UNILA e coordenadora do 6º ELAC. “É fundamental que a arquitetura comunitária seja pensada além dos muros da universidade, permitindo que a sociedade atue como protagonista nas suas demandas.”

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Francisco Müller, arquiteto e professor da Universidad Autónoma de México (UNAM), destacou a importância do envolvimento com as comunidades. “Esse encontro foi crucial para garantir que as universidades estejam mais presentes no território, promovendo um diálogo aberto sobre as necessidades locais.” Ele também expressou a intenção de estreitar laços entre a UNAM e a UNILA, visando futuras colaborações.

Movimentos Sociais e o à Educação em Arquitetura

Durante o ELAC, a presidenta da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Andréa dos Santos, e a presidenta do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Paraná, Iara Beatriz Falcade Pereira, reuniram-se com a Reitoria da UNILA para discutir a inclusão de estudantes da reforma agrária e de movimentos por moradia no curso de Arquitetura e Urbanismo.

Participaram da reunião a reitora Diana Araujo Pereira, o vice-reitor Rodne de Oliveira Lima, entre outros docentes e representantes de movimentos sociais. A proposta envolve a formação de uma turma de Arquitetura e Urbanismo por meio do Programa Nacional de Educação da Reforma Agrária (Pronera).

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“Queremos abrir as portas da arquitetura para assentados da reforma agrária, formando profissionais que atendam às demandas sociais e atuem na istração pública”, explicou Andréa dos Santos.

Da mesma forma, foi sugerida a criação de uma política semelhante para estudantes de movimentos de reforma urbana. Andréia Moassab comentou: “Estamos considerando abrir vagas no curso regular, dentro das políticas afirmativas da Universidade.”

O vice-reitor Rodne Lima ressaltou a importância do diálogo com os movimentos sociais para fortalecer a função social da universidade e trazer inovações à educação profissional no país.

Gustavo Grzybowski, do Itaipu Parquetec, complementou: “A parceria com o curso de Arquitetura e Urbanismo da UNILA tem grande potencial para enriquecer projetos como a Casa da Mulher Brasileira e outras iniciativas no Oeste paranaense.”

Fonte: Assessoria Unila

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