Em novembro, a primeira safra de feijão 2024/25 do Paraná foi revisada para 167,5 mil hectares, um aumento significativo de 55% em comparação com os 107,8 mil hectares do ciclo anterior. Os dados fazem parte da Previsão Subjetiva de Safra (PSS) divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A estimativa também projeta uma produção total de 25,4 milhões de toneladas para as culturas de verão da safra 2024/25.

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A região Sudoeste foi a principal responsável por esse aumento, ando de 10,2 mil hectares para 32,9 mil hectares, mais do que triplicando a área dedicada ao cultivo de feijão na primeira safra. Embora o Sudoeste tenha apresentado o maior crescimento, a região Sul ainda concentra a maior parte da área cultivada com feijão, com 122,4 mil hectares, representando 73% da produção total.

O feijão nas regiões Sul e Sudoeste do Paraná está em bom desenvolvimento, com 95% das lavouras em boas condições. No entanto, o calor excessivo dos últimos dias tem causado preocupação entre os produtores. A colheita já está próxima, com 4% da área plantada em maturação.

Carlos Hugo Godinho, agrônomo do Deral, destacou que as expectativas são muito positivas. “Se as condições climáticas continuarem favoráveis, podemos colher uma grande safra, que deve se aproximar de 320 mil toneladas. Caso essa expectativa se concretize, será praticamente o dobro da produção do ano ado, que teve perdas significativas devido à alta nebulosidade nas lavouras”, afirmou Godinho.

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Grãos de Inverno e Grãos de Verão

A safra de grãos de inverno 2024 teve sua colheita recentemente encerrada, totalizando 3 milhões de toneladas. Essa produção ficou 31% abaixo da safra anterior, quando foram colhidos 4,4 milhões de toneladas. A seca foi um fator crítico, prejudicando a produção de trigo, principal cultura do período. Por outro lado, a produção de cevada teve uma recuperação notável, especialmente em termos de qualidade.

Em relação à safra de grãos de verão, o plantio da soja foi concluído, e as lavouras, embora inicialmente bem cuidadas, apresentaram uma leve piora na última semana devido a irregularidades climáticas. Atualmente, 92% das lavouras de soja estão em boas condições, uma queda de 7% em relação à semana anterior. Já o milho tem boas perspectivas, com 156 mil hectares plantados e uma previsão de produção de 2,6 milhões de toneladas.

Além disso, a batata da primeira safra de 2024/25 já foi 100% plantada e 6% colhida, com uma estimativa de produção de 522 mil toneladas, o que representa um aumento de 33% em comparação com o ciclo anterior. A cebola também teve um desempenho positivo, com a colheita saltando de 10% em outubro para 39% em novembro, reflexo das boas condições climáticas e de uma área cultivada 40% maior que a do ano ado.

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Boletim Agropecuário e Panorama de Mercado

O Deral também publicou seu Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária, que trouxe informações sobre o preço da arroba do boi gordo, que atingiu R$ 352,00 em 26 de novembro, acumulando uma alta de 10,48% no mês. O boletim também apresentou dados sobre o comércio internacional de couro e pele de suínos, utilizados na indústria de produtos manufaturados, e destacou a comercialização de nozes e castanhas, produtos típicos das festas de fim de ano.

Em 2024, até outubro, as nozes e castanhas representaram o terceiro item em valor gasto nas importações da fruticultura brasileira, totalizando US$ 118,1 milhões para a compra de 20,7 mil toneladas, conforme as estatísticas do Ministério da Agricultura e Pecuária.

O aumento da área plantada de feijão e os dados do Deral refletem não só a força da agricultura no Paraná, mas também a adaptação do setor às condições climáticas e a expansão da produção, com boas perspectivas de crescimento e maior competitividade no mercado nacional e internacional.

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