As chuvas esperadas para o mês de dezembro chegaram com força em diversas regiões do Paraná na última semana, trazendo alívio para algumas lavouras que enfrentavam escassez hídrica. Esse fenômeno tem impacto positivo na agricultura, com as culturas se beneficiando de um cenário mais favorável para o crescimento. O relatório do Boletim de Conjuntura Agropecuária, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta que, em comparação com o ano ado, as produções deste ano estão em geral mais avançadas e favoráveis.
As chuvas foram particularmente benéficas para as lavouras de soja e milho. Em várias regiões, a falta de água já começava a ser notada nas plantas, mas com o restabelecimento do equilíbrio hídrico, as expectativas para essas safras cresceram. O analista Edmar Gervásio, do Deral, destaca que, com a recuperação do déficit hídrico, a previsão de produção para a soja é de 22,3 milhões de toneladas, podendo até superar o recorde histórico, enquanto a produção de milho deve chegar a cerca de 2,6 milhões de toneladas.
Além disso, o boletim revela que o feijão, que teve sua colheita iniciada no início de dezembro, sofreu uma interrupção devido às chuvas intensas. Embora o excesso de chuva tenha gerado preocupações com a qualidade dos grãos, as lavouras de feijão estão, em sua maioria, em boas condições (93%), o que é positivo para os produtores. Algumas lavouras, que estavam enfrentando estresse hídrico, foram beneficiadas pelas precipitações, o que pode impactar positivamente a produtividade.
As chuvas também afetaram o cultivo de cebola, que apresentou 85% das lavouras em boas condições e 15% com qualidade mediana. A produtividade estimada para essa safra é de 39,9 mil quilos por hectare, representando um aumento de 21,2% em relação à safra anterior.
Por outro lado, o setor leiteiro teve uma queda de 2,8% no preço do leite longa vida, que foi registrado a R$ 5,19 por litro em novembro, quando comparado ao mesmo mês de 2023. No entanto, o valor pago ao produtor subiu 0,94%, refletindo uma pequena melhora para os produtores rurais.
Em relação à exportação, o Paraná se destacou na venda de carne suína, com as Filipinas liderando o ranking de destinos para o produto. Em novembro, 16% das 16 mil toneladas de carne suína exportadas pelo Paraná foram enviadas para o país asiático, gerando uma receita de US$ 6,9 milhões. Já a exportação de carne de frango cresceu 2,6% em volume e 4,1% em faturamento, com um total de 1,8 milhão de toneladas exportadas, resultando em US$ 3,3 bilhões de receita.
Esses dados refletem um ano de desafios, mas também de conquistas para a agricultura paranaense, com boas perspectivas de produção e crescimento no comércio internacional.