Por: Micael Alvino da Silva

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Recentemente tive uma agradável conversa com estudantes de Jornalismo que buscavam informações sobre os imigrantes em Foz do Iguaçu. Destaquei três questões que me parecem cruciais e as compartilho a seguir.

Primeiro, é importante distinguirmos quem é o estrangeiro e quem é o imigrante. Estrangeiro é aquele de nacionalidade diferente da nossa e que pode ser residente ou apenas um visitante no território nacional. O imigrante é um estrangeiro, mas que tem como objetivo a fixação no outro território por questões de trabalho principalmente. Os filhos dos imigrantes que nascerem no Brasil, por exemplo, não serão estrangeiros ou imigrantes.

Segundo, em Foz do Iguaçu não é correto denominar “colônia” para designar grupos específicos como árabes e chineses, por exemplo. Não há e nunca houve colônia de estrangeiros na história do município. Houve uma colônia militar de 1889 a 1914, que foi uma estratégia brasileira de ocupação do território. Como meta que foi parcialmente cumprida, alguns imigrantes, como alemães e italianos, de fato foram atraídos. Eram colonos porque tinham como finalidade formar, cultivar e povoar um território (não confundir com colonização de exploração da época dos descobrimentos da América).

Terceiro, muitas cidades no Brasil possuem contingentes significativos de estrangeiros. Foz do Iguaçu é um “case” interessante por ser considerada uma cidade de interior do país com um percentual de 5% de imigrantes em relação à sua população total. Em Curitiba, por exemplo, o índice é de 1%. Outro fator interessante é que 80% dos estrangeiros registrados na Delegacia da Polícia Federal da cidade até o início de 2018 eram de nacionalidade paraguaia, libanesa, chinesa e argentina, respectivamente.

 

 

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Micael Alvino da Silva

Doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e Professor do Mestrado em Relações Internacionais (PPGRI) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Coordenador do Grupo de Pesquisa Tríplice Fronteira (CNPq) – https://triplicef.org/.

 

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