e redação
Existem sonhos que nascem conosco e existem aqueles que amos a almejar ao longo dos anos. Para os quatro amigos Paulo André Norberto, Frederico Ganem, Amaury Pontieri e Otávio Araújo, que se conheceram há mais de 20 anos, um sentimento em comum os uniu na luta pela realização de um grande desejo: a contribuição na transformação do mundo por meio da educação. Ouvindo assim parece um objetivo ambicioso, e realmente foi.
Fotos: Jordan Santos
Paulo André e Frederico moravam no Rio de Janeiro; Amaury, em São Paulo; e Otávio, em Belo Horizonte. Todos estavam ligados à área da educação e aram a vir a Foz do Iguaçu desde a década de 1990, quando reconheceram o potencial que a cidade tinha para tornar-se um polo educacional. No entanto era preciso arriscar. E foi isso que Paulo André Norberto fez quando teve a coragem de mudar-se para Foz em 2004 e iniciar o ensino particular de Matemática.
Por ser um ambiente completamente novo e inexplorado, ele percebeu que aqui havia muitas oportunidades. Assim, idealizou um curso preparatório para olimpíadas de Matemática. Com essa ideia em mente, entrou em contato com seu amigo Frederico Ganem, medalhista de ouro nas olimpíadas brasileiras de Física e Matemática, OBF e OBM, que percebeu que o sonho poderia ir além, surgindo então a iniciativa de criar um curso pré-vestibular.
Com o projeto em mãos, convidaram os amigos Amaury Pontieri e Otávio Araújo para integrar a equipe. Assim, uma amizade de 20 anos deu início à Sociedade Educadora Moisés Bertoni, que completa agora uma década de existência.
O sonho de ter um colégio de excelência, aliado à paixão pela docência, levou os quatro a fundar a instituição que leva o nome do autodidata suíço Moisés Santiago Bertoni, que chegou à região trinacional em 1884 e, entre tantas pesquisas, ajudou na fundação da primeira farmácia e maternidade de Foz, descobriu a estévia e foi o fundador do primeiro jornal da Tríplice Fronteira.
Inspirados na trajetória de Bertoni e em busca de novas descobertas, os quatro amigos criaram o pré-vestibular em março de 2007 e fundaram a Sociedade Educadora em agosto do mesmo ano, inicialmente na Rua Almirante Barroso. Eles lembram que no começo havia somente uma sala de aula, na qual ofereciam o curso preparatório para ingresso na Universidade de São Paulo (USP) e universidades federais, e que cerca de 20 estudantes e suas famílias confiaram na experiência de Paulo, Frederico, Amaury e Otávio, professores responsáveis por ministrar, respectivamente, as aulas de Matemática, Física, Português e Química.
Mas o que parecia ser algo pequeno foi ganhando espaço e prestígio devido aos resultados obtidos nos vestibulares prestados pelos alunos do pré-vestibular. De acordo com os diretores, entre os desafios iniciais o maior foi criar uma cultura de excelência educacional na cidade, já que, na época, não se considerava o ingresso em grandes universidades como uma possibilidade real. No entanto, em pouco tempo, o espaço já não era suficiente para atender à demanda de alunos e foi preciso ir além. A partir de 2008, inauguraram o ensino médio no Colégio Bertoni.
Constante evolução
Sempre buscando inovar, eles afirmam que ficar acomodado não faz parte da filosofia do Colégio Bertoni. “A educação exige que não fiquemos em uma zona de conforto”, diz Amaury. Por isso, em 2013, o Bertoni foi o primeiro colégio do Paraná a contratar os serviços da High School Equivalency (HSE), que possibilitou ao aluno a dupla titulação de ensino médio brasileiro e norte-americano.
O programa de High School do Bertoni ajudou a formar uma equipe que implantou a alfabetização bilíngue no colégio. Hoje, esse currículo é aplicado do maternal ao terceiro ano do ensino fundamental.
Em 2016, em uma parceria com a Faculdade União das Américas (Uniamérica), o colégio ou a compartilhar o espaço da Unidade Boulevard, na Avenida das Cataratas. Isso ampliou as possibilidades pedagógicas por meio, por exemplo, de aulas realizadas semanalmente em laboratórios.
O futuro
Neste ano, o colégio enfrentou novos desafios ao abrir duas unidades, uma na cidade de Medianeira e outra em Ciudad del Este, no Paraguai. Desta vez com um know-how na área da educação e um sistema de ensino consolidado, já em 2018 serão iniciadas as atividades de ensino médio em ambas.
A próxima inovação? O Programa Internacional de Enriquecimento Curricular (PIEC). O Bertoni oferecerá, a partir de 2018, um programa inédito para alunos do ensino fundamental II até o terceiro ano do ensino médio, com currículo completamente bilíngue formulado pela equipe pedagógica da instituição.
A sinergia entre os quatro diretores é evidente. São educadores e mantenedores que formam uma grande equipe, mas antes de tudo isso, amigos. A resposta deles em relação ao futuro? “Os dez [anos] foram só o começo.”
Projetos
Desde o início, além da parte acadêmica, a instituição desenvolve outros projetos culturais e científicos, tais como: Companhia Teatral Moisés Bertoni, viagem anual para a Feira de Profissões da USP, Festa das Nações, Feira de Ciências, participação em olimpíadas de conhecimento nacionais e internacionais, Show de Talentos e Berts Voluntários. Estes projetos instigam os alunos a “pensar grande”.
A ligação
Prestes a completar dez anos, a coordenação pedagógica do Colégio Bertoni recebe uma ligação do Google. O motivo? O primeiro encontro nacional do Mind the Gap. Escolhido pela empresa como uma das 50 melhores escolas do Brasil, o Bertoni foi convidado para levar duas de suas melhores alunas em Matemática, Química e Física, do segundo ano do ensino médio, para participar de atividades relacionadas à ciência da computação na sede do Google da América Latina, em Belo Horizonte. Com certeza não haveria maneira melhor de iniciar as comemorações de seus dez anos.
Em dez anos, o Bertoni atingiu:
- Mais de 500 aprovações em universidades federais.
- Mais de 150 aprovações em Medicina.
- Mais de 50 aprovados na USP e Unicamp.
- Nove alunos formados no High School.
Frederico Ganem
Formado em Engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia (IME), começou a dar aula em cursos pré-vestibulares desde seu primeiro ano de faculdade. Atuou também como executivo na Embratel e atualmente é professor de Matemática e diretor-geral do Colégio Bertoni.
Amaury Pontieri
Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP), trabalhou por mais de 22 anos na área de comunicação social, jornalismo e consultoria na área de comunicação e marketing. No presente, é professor de Atualidades e Redação e diretor istrativo do Colégio Bertoni.
Paulo André Norberto
Frequentou a faculdade de Engenharia Eletrônica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou como executivo da Sisnav e foi um dos cofundadores da Trafor. Hoje, é professor de Matemática e diretor de Marketing e Atendimento do Colégio Bertoni.
Otávio Araújo
Formado em Engenharia Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pós-graduado em Planejamento Estratégico pela USP. Também atuou como executivo no Grupo FIAT. Atualmente, é professor de Química e diretor financeiro do Colégio Bertoni.