Quem acompanha a 100fronteiras já deve ter visto conteúdo em nosso portal ou até mesmo no Instagram sobre o Café Dona Irani, um café diferenciado, que vem direto do produtor rural.
O Brasil é o maior produtor de café do mundo e, também, está se destacando na produção de cafés gourmets. Na fazenda Dona Irani, localizada na cidade de Gália, estado de São Paulo, o investimento em tecnologia e infraestrutura é contínuo, pois o objetivo é produzir cafés de alta qualidade para os apreciadores.
A colheita de café depende do acompanhamento de um especialista, para saber o ponto ideal da colheita, a separação dos grãos, e todas as fases posterior em que os grãos am.
Luiz Antonio Rodrigues Junior, engenheiro agrônomo é o responsável pela fazenda e acompanha toda a colheita do café de perto, ele nos contou como é essa rotina um tanto quanto incomum para o cidadão.
A rotina em época de colheita do Café Dona Irani
100f: Qual é o primeiro o na hora da colheita?
Junior: O dia na fazenda começa antes da 7h da manhã. Minha primeira atividade é verificar o café que foi colhido no dia anterior que está na moega. Ali verificamos a quantidade de grãos cerejas, verdes e bóia e o talhão colhido, tiramos a umidade e o brix (quantidade de açúcar do café) e catalogamos para então descobrir o tipo de secagem que deverá ser feita naquele lote e que tipo de cafés eles vão produzir.
100f: Por que é preciso separar os grãos?
Junior: os grãos de café devem ser separados pois têm três tipos de maturação na hora da colheita, eles são separados pois cada grão (boia, cereja e o verde) tem a umidade diferente, cada um com um tempo determinado de secagem, e se forem misturados a umidade de um pode contaminar o outro. Secando separado é possível respeitar o tempo de secagem de cada grão.
Após separar os cafés e deixar secando do terreiro, os profissionais verificam a umidade dos cafés colhidos nos dias anteriores, o ideal é que esteja com 11% de umidade, é nesse ponto em que o café pode ser armazenado.
100f: O que é esse teste de cup?
Junior: é um processo na qual o profissional experimenta o café e seleciona qual é o tipo de bebida (rio, riado, duro ou mole) e a pontuação, que pode variar de 70 a 100 pontos, quanto maior, melhor. Neste ano, já teve café da fazenda Dona Irani que bebeu 86 pontos, a doçura acidez e corpo é o que determina a pontuação.
Mole: bebida suave, acima de 80 pontos e bem adocicada
Duro: café encorpado, amarra a boca e tem crema
Rio e riado: cafés com grãos pretos e ardidos
Cafés fermentados
Os cafés fermentados ou cafés exóticos são a nova tendência do mercado, portanto a fazenda vem se especializando na produção deles, separando seus melhores grãos para a fermentação, que são infusionados na cachaça, capim limão, hortelã ou ainda jabuticaba. Nesse processo acontece a migração de alguma especiaria para dentro do grão.
Paralelo a isso o restante do café que já foi colhido está seguindo a rotina de arruar o café, espalhar ou amontoar no terreiro.
100f: Vocês tem um controle de cada grão?
Junior: Sim, a fazenda Dona Irani tem duas certificações a Halal e UTZ, e essas certificações nos dão a rastreabilidade do café, onde sabemos qual o talhão que foi colhido, a quantidade de açúcar, qual o tipo de bebida e onde está armazenado, para o cliente ter todos os detalhes do café comprado.
100f: E como é a questão do tempo? Se chover é feita a colheita?
Junior: Não, além de todo o processo que falei, temos que cuidar da previsão do tempo, pois o café não pode tomar chuva e nem sereno, a água estraga o café. Quando temos previsão de chuva recolhemos os cafés nos secadores ou na estufa.
100f: Quais são os próximos os?
Junior: A tarde após o almoço nós subimos para a plantação para acompanhar a colheita mecanizada. Verificamos como está a colheita na lavoura, a limpeza dos grãos nos pés, se estão tirando todos os cafés e qual será o próximo talhão a ser colhido. Fazemos um tour na fazenda atrás do talhão que apresenta mais grãos cerejas, os caças cerejas. Esse é o nosso objetivo, colher o café cereja, e eles podem estar a quilômetros de distância um dos outros.
100f: A fazenda Dona Irani também produz palmitos, certo? Você cuida desse setor também quando vai até a fazenda para a colheita?
Junior: Sim, depois do processo, o por outros setores, visito a fábrica de palmito para ver como está o andamento da produção, e volto para a fazenda, retomando novamente a rotina com o café que agora será amontoado nos terreiros e cobertos com lonas, pois os cafés não podem tomar sereno.
Essa rotina acontece todos os dias durante os três meses de colheita. Pode parecer cansativo, mas para nós que somos apaixonados por café é um trabalho realizado com prazer.
finaliza junior.
Boutique de Café
Os melhores cafés colhidos vêm para Foz do Iguaçu, mais especificamente na Boutique de Café, uma cafeteria localizada no coração da cidade.
A partir de agosto a Boutique de Café estará com novidades, trata-se de microlotes com duas novas variedades de café, a Arara e Icatu Amarelo.
Diferente de ir em outras cafeterias, a Boutique de Café oferece uma experiência completa, desde o pé de café até o primeiro gole. Caso você nunca tenha visto um pé de café, lá tem. Além disso, você pode escolher o grão de sua preferência e moer ele na hora, sem ar por embalagens.
Lá, você também tem a oportunidade de experimentar os cafés fermentados, os quais possuem os grãos fermentados na cachaça, capim limão, hortelã e no cardamomo. Além de estar disponível vários produtos da fazenda Dona Irani, como o palmito, mel, pimentas e geleias e licor de café, todos os produtos são produzidos na Fazenda Dona Irani.
A safra de 2022 já está disponível na Boutique de Café!
Acompanhe no Instagram @Boutiquedecafefoz
