Desde que a pandemia de Covid-19 se instaurou, em março deste ano, muita coisa mudou na vida de médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos e toda a equipe multidisciplinar do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, em Foz do Iguaçu. Os profissionais aram a ter uma rotina mais intensa e desafiadora de trabalho.
Três belos exemplos de profissionais contam agora suas histórias e descrevem um novo olhar sob a pandemia.
Karin Aline Zilli, enfermeira da Ala Covid-19
“Eu chego, organizo as pendências da UTI Geral, libero exames, organizo as prioridades e aí vou para a Ala Covid. Lá o o restante do dia organizando, orientando às equipes de enfermagem e multidisciplinar. Na parte da tarde realizamos as ligações para os familiares dos pacientes da UTI, esse trabalho demanda em média de três e quatro horas até conseguirmos ligar para todos. Realizamos também as chamadas de vídeo para que os familiares possam ver seus parentes aqui dentro sempre que possível”.

Karin é responsável por mais de 180 profissionais de enfermagem, isso dentro da Ala Covid, sem contar a UTI Geral, com 60 colaboradores.
Beatriz Fernandes Toccolini, fisioterapeuta
Beatriz Fernandes Toccolini, fisioterapeuta especialista em terapia intensiva também atua como supervisora da fisioterapia no hospital e lida diretamente com os pacientes diagnosticados com a Covid-19. “Atendemos as demandas das famílias que estão lá fora, atendo a demanda da equipe nas diversas situações que ocorrem, sempre procurando buscar e dar a solução para manter o equilíbrio e seguirmos com os atendimentos, para mantermos a organização e conseguirmos atingir os resultados, pois as pessoas que aqui estão, tanto os pacientes quanto a equipe, todos nós temos alguém nos esperando em casa, somos o amor de alguém, temos filhos, temos pais, temos até netos”, destaca.

Roberto de Almeida, médico intensivista
Os desafios também são grandes para o Médico Intensivista e Coordenador do Serviço de Terapia Intensiva do Hospital Municipal, Dr. Roberto de Almeida.
“Minha função como coordenador do serviço de terapia intensiva foi preparar as equipes de médicos, enfermeiros e fisioterapeutas para ampliar o número de leitos de UTI. No início da pandemia tínhamos 17 leitos de UTI Covid, e agora estamos com 40, além dos leitos de enfermaria e outras duas alas. Foram necessários vários treinamentos, organizar a compra de equipamentos, preparo emocional das equipes, pois muitos tinham medo de participar na linha de frente”, destaca o médico.

Os sentimentos por trás do trabalho em combate à Covid-19
Quem presencia o trabalho intenso dessa equipe sempre disposta a atender e ajudar os pacientes, não imagina o que cada um carrega dentro de si. “Atuar na linha de frente é desafiador, pois estamos lidando com um vírus que ainda não tem medicamentos para combater e nem vacina. O mais difícil é ver como algumas pessoas da sociedade não se importam e levam uma vida normal, enquanto no hospital há muitos pacientes lutando pela vida. Se as pessoas tivessem consciência de como é a luta diária desses pacientes acometidos pelo vírus, acho que todos iriam se proteger mais e proteger os outros”, afirma Beatriz, que ainda destaca. “Na fisioterapia, trabalhamos para reabilitar o paciente, e quando temos um ganho de colocar o paciente sentado fora do leito, ou o retorno no caminhar – pois a fraqueza muscular é certa dentro de uma UTI – isso nos dá a certeza que o nosso trabalho foi realizado com sucesso, pois em muitas vezes pelo curso da doença acabamos perdendo o paciente”.

Já para a enfermeira Karin, o mais difícil não é a rotina exaustiva e de extrema responsabilidade, e sim não poder abraçar as pessoas que ama. “Não posso abraçar meu neto, minha mãe. Não podemos nos reunir para uma roda de conversa, brincar e relaxar através da boa conversa com os amigos e com as pessoas que compartilham o nosso dia a dia”.
Amor pela profissão
Mesmo que atualmente não seja possível estar perto das pessoas que ama, Karin não nega o amor e iração pela sua profissão. “Minha profissão é algo muito especial, pois jamais imaginei que seria enfermeira, mas aqui estou e para fazer o melhor, com responsabilidade, competência, humanização e principalmente, podendo salvar vidas”, destaca.

“Eu tive medo sim, como vários colegas, mas através dos treinamentos conseguimos superar as dificuldades, entendendo bem como se proteger, usar corretamente a máscara, o álcool e EPIs (equipamentos de proteção individual)”, afirma Dr Roberto. “A minha profissão, de médico intensivista, significa atuar em equipe para dar e em momentos de fragilidade. Vivemos sempre achando que somos invulneráveis, imortais, mas existem situações críticas que abalam nossos órgãos e sistemas biológicos”.

CONTEÚDO DE RESPONSABILIDADE DO ANUNCIANTE
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